Já tenho treze anos,
que os fiz por Janeiro:
madrinha, casai-me
com Pedro Gaiteiro.
Já sou mulherzinha;
já trago sombreiro;
já bailo ao domingo.
coas mais no terreiro.
Já não sou Anita,
como era primeiro,
sou a senhora Ana,
que mora no outeiro.
Nos serões já canto,
nas feiras já feiro,
já não me dá beijos
qualquer passageiro.
Não quero o sargento,
que é muito guerreiro,
de barbas mui feras,
e olhar sobranceiro.
O mineiro é velho;
não quero o mineiro;
mais valem treze anos
que todo o dinheiro.
Tão-pouco me agrado
do pobre moleiro,
que vive na azenha
como um prisioneiro.
Marido pretendo
de humor galhofeiro,
que viva por festas,
que brilhe em terreiro;
Da parte, madrinha,
de Deus vos requeiro:
casai-me hoje mesmo
com Pedro Gaiteiro.
Sempre gostei deste poema. Sou Pedro, não sou gaiteiro, mas sinto-me feliz ao lê-lo, alegra-me o coração e se possivel vou compartlhá-lo com os meus amigos. Bem hajam!
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